quinta-feira, 6 de junho de 2013

APRESENTAÇÃO


É possível identificar no decorrer de toda a história certa resistência ou estranhamento aos estudos sobre a temática educação/religião/imaginário, a partir de algumas marcas que ficaram depois da cisão do binômio igreja/educação. Outro fator também que contribui para a resistência desta temática diz respeito ao lugar distinto que cada uma destas áreas vem ocupando ao longo dos anos, sendo alvo de resistência, desconfiança e tratada de forma cautelosa por alguns estudiosos. 

No entanto, a temática do nosso “I COLÓQUIO INTERNACIONAL INTERFACES DO IMAGINÁRIO: EDUCAÇÃO, CINEMA E RELIGIÃO”. têm sido marcada no contexto atual e no espaço acadêmico como um momento frutífero de grandes produções, seja nos congressos científicos, na produção de artigos, livros ou no fórum nacional de pesquisas em educação e religião- FONAPER e principalmente nos programas de estudos de Pós-graduados em Ciências das Religiões, bem como no grupo de estudo e pesquisa em antropologia do imaginário- GEPAI que lideramos. 

É nesse contexto que propomos nosso colóquio buscando ultrapassar a concepção de uma ciência disciplinar, fragmentada, linear e simplista da educação e da religião e optar por um modelo epistemológico transdisciplinar, complexo, no qual é possível estabelecer a relação educação/religião/imaginário e contribuir com um aprofundamento sobre a temática. 

A nossa compreensão sobre a educação é que ela não está reduzida apenas aos conhecimentos intelectuais transmitidos e assimilados. Educar é aprofundar a consciência e a consciência se forma a partir de nossa existência, de nossas vivências, da nossa relação com o sagrado. 

Embora na busca de um sentido, de uma definição ou de trazer um conceito, reconhecemos que o termo religião ora aparenta ser estreito demais para defini-lo ora amplo demais para abranger tudo aquilo que em outras tradições religiosas e culturais é descrito como termos que parecem corresponder ao fenômeno religioso, sem falar que, nesses termos ressoam diversos significados não explícitos que não correspondem imediatamente àquilo que está em nossas mentes quando pensamos em religião. A religião surge como teia de símbolos, rede de desejos, confissão da espera, horizonte dos horizontes, a mais fantástica e pretenciosa tentativa de transubstanciar a natureza.

A religião tem uma dimensão de dar conta sobre determinado fenômeno religioso e a educação tem o caráter de continuar descobrindo o mundo, inaugurando outros saberes ainda não totalmente explicitado. A relação religião-educação nos parece indispensáveis, uma vez que a religião leva ao esforço de assimilar o que foi sistematizado e a educação conduz a sistematizar o ainda não estruturado, são ações simultâneas. 

Desse modo, partindo do pressuposto de que o ser humano só existe porque imagina, da mesma forma que somente imagina porque existe, ou seja, é nesse jogo de imaginar e imaginar-se que se constrói o conhecimento, seja através da arte, da educação, da religião, do senso comum, ou qualquer outra forma de apreensão e compreensão daquilo a que didaticamente chamamos de realidade, logo a imaginação é constitutiva do sujeito, da sua materialidade como também é a produção do conhecimento do real.

O imaginário não é um simples conjunto de imagens que vagueia livremente na memória e na imaginação. Ele é uma rede de imagens na qual o sentido é dado na relação entre elas; as imagens organizam-se de acordo com certa lógica, certa estruturação, de modo que a configuração mítica do nosso imaginário depende da forma como arrumamos nele nossas fantasias. É dessa configuração que decorre o nosso poder de melhorar o mundo, recriando-o, cotidianamente, pois o imaginário é o denominador fundamental de todas as criações do pensamento humano. 

Desse modo, o objetivo principal deste “I COLÓQUIO INTERNACIONAL INTERFACES DO IMAGINÁRIO: EDUCAÇÃO, CINEMA E RELIGIÃO”, consiste em contribuir na aquisição de um “novo olhar” sobre a relação educação/religião/imaginário. Ressaltamos porem que esta postura não se reduz apenas a certos procedimentos metodológicos, mas exige criatividade, pesquisa, disciplina, organização e modéstia baseando-se no confronto permanente entre o possível e o impossível. 

Teremos a participação do Prof. Dr. Alberto Filipe Araújo, da universidade do Minho - Portugal e do Prof. Dr. Rogério Almeida da USP, bem como demais pesquisadores.

Público-alvo

Pesquisadores da Pós Graduação e da graduação que desenvolva suas pesquisas trabalhando com educação, religião e imaginário.





Profª. Drª. Eunice Simões Lins Gomes – Líder do Gepai









Profª. Leyla Thays Brito da Silva – Vice Lider do Gepai